domingo, dezembro 15

Escalada em Solitario - Silent Partner

 São Luiz do Purunã - Setor 1

Silent Partner (companheiro silencioso) o mais novo e inovador equipamento para escalada em solitário. Já tinha ouvido falar nesse equipamento a uns 2 anos, mas as novidades em equipo para escalada sempre demoram a chegar aqui. Alias nem chegou, pois tive que importar para poder adquiri-lo. O valor lá fora U$ 255,00 + U$ 50,00 frete + 60% imposto (acabei pagando apenas R$ 50,00 pois pedi a nota mais baixa) total  R$ 782,00 (poderia chegar com o imposto R$ 885,00).

Silente Partner e um Mosquetão DMM Belay 


Realmente você deve estar pensando "caro!!!!", pois até para os padrões americanos esse item é considerado muito caro, por isso para vende-lo por aqui não iria compensar. Claro que o fator de que pouquíssimos escaladores praticam a escalada em solitário, também determinam o seu valor.
A escalada em solitário é considerado um tabu aqui no Brasil, ninguém fala, ninguém escreve e informação é quase impossível. 
A primeira vez que escalei uma via em solitário não sabia exatamente como fazer (não existia internet) e não tinha publicações com essas informações. O mais obvio era o prusik, fixava a corda na base e ia liberando em cada parada o prusik correspondente a quantos metros você ira escalar  até  a próxima parada. Um processo demorado e desestimulante, pois a escalada não rendia muito, mas acredito que foi o sistema largamente usado na década de 70 e 80. 



Nos anos 90 com novos equipamentos blocantes (grigri, shunt, solist...) começaram a se usar mecanismo para a segurança em solitário, mas mesmo assim poucos praticantes se arriscaram. Aliado a falhas nesses sistemas o tempo se mostrou que não eram totalmente confiáveis. 
Eu usei o shunt durante alguns anos, mas ele foi desenvolvido para escalada com a corda fixa no alto e não para escalada a partir da base. Sempre pensei que se eu tivesse uma queda grande a corda poderia ser cortada.
Usei outros blocantes que também tinha  duvidas sobre a segurança deles em uma queda. Mas a vantagem deles era que você tinha mais facilidade em escalar e ir liberando o equipamento gradualmente.
Escaladores respeitados fizeram seus nomes com grande escaladas em solitário, gosto de lembrar do Bito Meyer e a sua via Pavor no Paraíso (Marumbi) que foi conquistada por ele e repetida por ele em solitário e após isso até aonde eu sei nunca repetida. Li também relatos de Du Bois e suas escaladas em solitário e até em solo " impressionantes ".
Mas digo se você quiser saber como escalar em solitário mesmo hoje você terá dificuldades em ter informações para isso. A escalada é um esporte de risco e para você chegar a isso terá que estar dominando varias técnicas de escalada e segurança, por isso a minha intenção não é ensinar ninguém apenas colocar minhas experiência e impressões do assunto.


Bom para testar o equipamento fui para o Setor 1 (São Luiz do Purunã) e no Anhangava (Quatro Barras), pois as vias eram bem conhecidas e seguras.
No setor 1  fixei a corda na base da Bocó V com camalots equalizados e sai escalando. Fiquei um pouco decepcionado de inicio, pois a corda não correu no equipamento como eu esperava. Tinha que soltar a corda como qualquer outro blocante. Mas no teste da queda foi impressionante, o travamento é muito rápido e a corda  não é apertada em um ponto só como é o caso de muitos bocantes. Mas no primeiro teste cometi alguns erros e quando fui para o Anhangava fiquei muito empolgado, pois o equipamento correu muito bem na corda e sem fazer nenhum esforço escalei as vias Solange V , Monica Total V e em top rop a Fissura da Meia Lua VI sup.
O manual fala em subir com vários backup na cadeirinha (subir com toda a corda), mas não achei pratico e usei um backup que eu mudava de posição conforme eu ia subindo.

 Me equipando

 Montagem do equipamento

 Volta do Fiel

 Sentido da volta do fiel no aparelho

Testando antes de começar a subir

 O equipamento é usado com dois mosquetões de rosca e um nó "Volta do Fiel"


Silent Partner fixo direto na cadeirinha com um Backup 


No crux da  via antes da queda

 Após a queda, a resposta foi rápida 

A corda é travada por um sistema de roldana, muito seguro e rápido

Para soltar é um pouco complicado, tem que tirar a tensão da corda e voltar para a parede

 Equalização na base com 2 peças moveis

 Mosquetão de rosca na equalização

Equalização em árvore 

 A primeira costura sempre fixo a corda (volta do fiel) para deixar a equalização na base direcionada e estabilizada, mas também serve como mais uma segurança



Bom acho que essa é a ultima publicação do Ano.

FELIZ NATAL E 
UM PROSPERO ANO NOVO

terça-feira, outubro 22

Piraí do Sul - Escaladas

 Morro do Corpo Seco

Piraí do Sul é com certeza o mais novo e sensacional  ponto de escalada esportiva do Paraná. É uma região muito linda e pitoresca mas infelizmente um pouco ofuscada por ser muito próximo da famosa região do Cânion do Guartelá. Tão afastada que demorou  até realmente descobrirem o real potencial da região para o montanhismo e sua menina dos olhos a escalada.

 Acesso Fácil as escaladas e muitas opções de bolders


 Paredes ainda inexploradas


Já tinha lido muito sobre a região e visto também alguns vídeos de escalada na internet, o mais impressionante era da via Highway to Hell 9c (uma linha muito dura em móvel com proteções precárias).

http://www.youtube.com/watch?v=n6H7ksn8Rbs

Quem realmente investiu seu tempo no local abrindo vias foi o Ed (conquista) seu companheiro Val e também o Willian ( de Ponta Grossa) o qual mantem em seu blog os croquis mais atualizados, varias fotos das vias e também como chegar ao local.

http://willianlacerda.blogspot.com.br/


 Fragile (6c)

 Fragile (6c)

Fragile (6c)

Pira Não 6a (a via mais fácil do setor)

 Tremeu, Gemeu e Desceu  (7a )

 Tremeu, Gemeu e Desceu (7a)

 Tremeu, Gemeu e Desceu  (7a)

 Reymondy Ansai

Meus amigos Jaime Paba, Daniel Covatti com a Beatriz Mora (Bia)  visitaram o local antes de mim e isso aumento mais minha vontade de ir para lá.
Aproveitei o feriado do dia das crianças e fomos eu  (Roberto Moreira), Reymondy Ansai, Karine Martinato, Ceusnei Simão e Ana Paula Benedetti conhecer a região e suas paredes.
Passamos dois dias muito agradáveis,  acampados ao lado da parede (dentro da fazenda do seu Adão) comendo até churrasco com chimarrão.
As vias vão do sexto grau até decimo grau, com predominância em vias em móveis bem esportivas, mas também algumas mistas e  com chapas. Além é claro de vários bolders abaixo das paredes.

Bia na Without you I'm nothing (8grau)

Jaime Paba na cadena da Without you I'm nothing (8grau )

Bolders do Setor

Bolders do Setor

Ceusnei, Karine, Reymondy e Ana aquecendo num Bolder


Escalamos poucas vias, mas realmente o lugar é incrível e muito promissor, com um visual  lindo dentro de uma região bem característico dos campos gerais do Paraná.
Mais informações no site do Willian e da Conquista Montanhismo.




quinta-feira, julho 11

Homens e Rochas



Estivemos no Anhangava em um domingo de sol (raros no mês de junho) e fomos para o Setor Capitais. Esse setor se encontra acima do lance maior de escadas a esquerda após a primeira rampa, é um pouco isolado e pouco frequentado, suas vias que chegam até 30m são predominantes na técnica de aderência e sua graduação a maioria de IV e V graus, com uma pequena exceção de uma das vias mais recentes que tem um grande teto com graduação em VIIc.
É um ótimo lugar para os iniciantes ou para quem quer apenas curtir um visual sem grande comprometimento.
 
 
Ana Paula, Ceunei Simão, Karine Martinato, Reymondy Ansai, Júlio Nogueira e Roberto


A via que eu acho a mais bacana do setor, tem sua graduação em Vsup e um nome muito curioso "Eu Sou a Verdadeira Mery Poppins", foi conquistada em 1994 pelo França (Marcos Valerio França) e meu amigo Castor (Leonardo Bonato).  Ela até é um pouco diferente das restantes, pois tem lances mais esportivos e aéreos e não só aderências como as outras. Meus amigos tiram varias fotos e resolvi posta-las aqui.

Natural no crux da Mery Poppins Vsup
 
Cadu na saída da Mery Poppins


Natural e Cadu 


Eu sou a verdadeira Mary Poppins Vsup

sexta-feira, julho 5

Rodrigo Raineri No teto do Mundo



Estive na palestra do Rodrigo Rainere em Curitiba,  dando uma palhinha para nós de suas escaladas no Everest e Aconcágua. O evento foi promovido pelo CPM (Clube Paranaense de Montanhismo) e pela Território. O cara é tão gente fina que ele nem cobrou sua palestra para nosso publico de Curitiba.
Já tinha comprado seu livro a um ano atrás e lido inteiro em poucos dias. Esse livro já era esperado por muitos montanhista, pois ele e seu amigo Vitor Negrete já falecido no Everest ficaram muito conhecidos após escalarem a parede sul do Aconcágua.

Parede Sul do Aconcágua (A Sentinela de Pedra)

 
Também tivemos um pequeno discurso do Vitamina, esse é a figura mais conhecida do nosso Montanhismo Paranaense ou como ele prefere dizer Marumbinista Paranaense. Seu discurso foi muito divertido e instrutivo, pois ele mostrou e valorizou nossos montanhistas e empresas Curitibanas (todos nascidos de ex filiados do CPM), empresas como a Altiseg (cursos e equipamento de segurança), Bornier (equipamento de segurança), Casa do Montanhismo (loja), Acampar (loja), Mont Blanc (mochilas), Snake (calçados) e montanhistas como o Waldemar Nicleviz, Chiquinho, Bito Meyer, Leonel Mendes, Dubois, Juquinha,  Nativo, Belê,  Dalinho, Julinho (Baitação do Anhangava) fizeram e fazem ainda a história do montanhismo Brasileiro.
Também tivemos um discurso do Farofa, autor do livro Marumbi que para mim é a Biblia do montanista paranaense.

 Vitamina (Henrique Paulo Schmidlin) , Rodrigo Raineri
e Farofa (Nelson Penteado)

A Bíblia dos Montanhista Paranaenses

 
Ver o Rodrigo falando do Everest e de sua escaladas no Aconcágua parecem até fácil e claro que só aguça nossos sonhos de quem sabe um dia ir para lá.
No seu livro que é uma autobiografia, conta desde da sua faculdade aonde começou a sonhar em viver de montanha e do esporte até o que é hoje sua empresa a qual já fez expedições pagas ao Everest. Faz um relato detalhado de suas expedições ao Everest e também a Parede Sul do Aconcágua. Infelizmente um dos motivos que na época foi muito divulgado essa escalada no Aconcágua foi porque em temporadas anteriores o Mozart Catão (primeiro brasileiro junto com o Waldemar a escalar o Everest) morreu tentando escala-la, mas por causa de uma avalanche ficou por lá junto com mais Othon Leonardos e Alexandre Oliveira. Apesar desse fato acabar ajudando ao Rodrigo e Vitor a ficarem sendo mais conhecidos, eles nunca exploraram isso e pouco mencionam  esse fato no seu livro, pois eles acabaram cruzando com os seus cadáveres em sua escalada.
 
Mozart Catão no cume do Everest
 
 
No evento que reuniu umas 200 pessoas estavam vários montanhistas de todos as gerações. Acabei encontrando o meu amigo Serginho o responsável por me mostrar o montanhismo e me vender os meus primeiros equipos para escalada. Fazia muitos anos que não nos encontrávamos, eu continuo com minha paixão pelo montanhismo e ele hoje é praticante de Paraglider.
 
Farofa discursando
 
 Rodrigo Rainere
 


 Sergio e Roberto

 

terça-feira, junho 25

Montanha para todas as Idades

Fogueira na Fazenda do Dilson

A Serra do Ibitiraquire é simplesmente maravilhosa e eu não me canso de caminhar por lá. Caminhando pelas mesmas trilhas ou até acampando um só noite na Fazenda do Dílson já me satisfaz.
 Do cume do Caratuva
Itapiroca, Tucun e o Camapuan

 As placas do Ciririca

 Pico do Paraná visto do Caratuva


 Das escarpas do Caratuva a Represa do Capivari


 Cachoeira na Fazenda do Dilson

Mas esse ano tive a oportunidade de subir o Camapuan  com minha filha Pamela de 13 anos e meu sobrinho e amigo Cadu  (Carlos Eduardo) 16 anos. Minha filha sempre foi comigo para montanha e com apenas 3 anos já fez um rapel no Anhangava (alias nesse dia a Roberta Nunes estava lá e ficou encantada com minha filhota já na montanha), mas o tempo vai passando e ela acabou sempre preferindo mais um shopping do uma ralação na montanha.

 Fazendo um Rapel no Setor 1 São Luiz do Purunã

Pamela com 8 anos no Setor 1

                                                                            
 Pamela  na Via José Peon 3grau no Anhangava



Eu e Pamela com 4 anos no Canyon do Guartelá
  
Foi difícil convence-la a subir uma montanha com uma caminhada mais exigente e tive que ganhar uma aposta para conseguir isso. Acabei escolhendo leva-la a montanha a qual eu acho a caminhada mais leve e com um visual mais incrível da região o Camapuan. Alias a intensão era chegar ao Tucun, mas ela realmente não aguentou o tranco, pois até o Camapuan levamos 3 horas ( o meu melhor tempo foi 1:25hs). E ficamos curtindo um visual enquanto o Cadu e Raymundy foram até o cume do Tucun.
 Cadu, Pamela e Reymondy na ultima rampa de acesso ao cume


 Eu e minha Filha

 Pamela e Cadu
 Pamela Domingues Moreira
 Pamela, eu e o Reymondy

 Tucun e ao fundo o Itapiroca

 Cume do Camapuan

Pamela 13 anos e Cadu 16 anos
Cume do Camapuan
 Cadu 10 anos e Pamela 7 anos
Acampando no cume do Anhangava

Pamela e Eu a 6 anos atrás no cume do Anhangava