sábado, agosto 29

ANHANGAVA



Setor mais frequentado do Morro



Esse é nosso campo escola o quintal de nossas casas (para nos Curitibanos). Situado em Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba e dentro de do Parque Estadual da Serra da Baitaca é sem duvida a montanha mais frequentada da Região. As primeiras escaladas começaram em 1946 com o Henrique Paulo Schmidlin (Vitamina) e seus amigos, mas lá temos vias conquistadas por Antonio Carlos Meyer (Bito Meyer), Leonel Mendes, Julio Nogueira, José Luis Hartmann (Chiquinho), Edson Struminski (Dubois), Ronaldo Franzen (Nativo) e até Alexandre Portela já esteve por lá.


Conheço todos os cantinhos dessa montanha ou morro. Meu primeiro rapel foi lá, lentamente fiz a descida e corri rápido para descer de novo. Daí em diante fiquei tão empolgado que comecei a escalar com uma corda de caminhoneiro (famoso bacalhau), 4 mosquetões sendo um de rosca, fitas e uma cadeirinha velha, alias tudo era usado e muito bem usado.

Rampas finais de acesso ao Cume



A maioria da vias eram grampeadas com grampos P , passava as três costuras, descia e resgatava elas para continuar a subir. Realmente não me orgulho da forma como aprendi a escalar, pois sem o equipamento adequado e sem instrução do que fazer, por Deus que não aconteceu nada comigo. Mas a vontade era tão grande que eu não queria esperar ter dinheiro para fazer um curso ou comprar equipos.


Naquela época o esporte estava já bem difundido e já tínhamos acesso a equipos importados, mas não era um esporte que atraia a elite, era normal escalarmos com kichute e juntarmos equipos para conseguir fazer uma via inteira. Quase todos iam de ónibus (borda do campo) e andávamos mais para chegar a base das vias e na volta quase sempre já tarde trocando de roupa até dentro do ônibus.

Amanhecer no Cume - Ao fundo Serra do Ibitiraquire (Pico Paraná)



Hoje o acesso é bem mais fácil, placas indicam como chegar até o estacionamento do Julinho. Dali para as vias é um pulinho (30 min). Dias com tempo favorável tanto o estacionamento quanto a rua ficam lotados de carros. Quando acontece isso quase que temos que pegar senha para escalar. Mas o Anhangava tem muita opções são mais de 130 vias, apesar que todo mundo fica concentrado na pedra do almoço e arredores. Se você quer mais tranquilidade tem ir para o Campo das Panelas, lá se encontram as mais compridas do morro (Sai de baixo 5ª , Sai do lado 6ª, Maria Fumaça 4ª) e vias mais esportivas e desafiadoras ( Tacoscuscos Nos Moluscos 7c, Código de Ética 7b, Dragão Refogado 9ª).





Paredes do Setor Campos das Panelas



Eu na Satã me Chama 6ª




Marcelo (Feio) - Sai do Lado 6ª


Michel - Senhores da Verdade - 7b

Maurício - Escoteiros - 6sup

Quero postar mais informações sobre o Anhangava seus setores e vias de escaladas.

quarta-feira, agosto 26

SETOR 2 - SÃO LUIZ PURUNÃ

O acesso para esse setor fica no mesmo estacionamento (pedagio de São Luiz do Purunã-PR) que vai para o Setor 3. Com poucas vias (em comparação com setor 1 e 3), mas um visual incrivel, ele se torna imperdivel. Vias bem variadas e com proteções mista (movel e grampos).
Maiores informações http://www.montanhistasdecristo.com.br/ .


Jaime e Natural - Visual do Setor 2


Natural - Surfista Prateado - 6sup





Nilton - Surfista Prateado - 6sup



Nilton - Surfista Prateado - 6sup


Jaime e Nilton - Por Via das Duvidas - 7b


Aresta do Sol - 5c



Jaime - Quebra Queixo - 5c

segunda-feira, agosto 24

Marcos Luszczynski


Sempre me pego pensando nesse montanhista e amigo, que infelizmente perdeu sua vida na tentiva de escalar o Mont Blanc em solitário. Era um especialista na área de segurança em altura. Não só por ser montanhista, mas tinha uma empresa que ministrava a grandes empresas de telecomunicações , energia, petroquímicas dando cursos de segurança em altura para trabalhos de risco.

 
Alias foi em uma das suas especializações e atualizações de conhecimento sobre a segurança em altura que foi até a Europa para uma feira, e planejou sua escalada ao Mont Blanc.


Mont Blanc - 4810m


Fiz alguns trabalhos em altura com ele e depois do meu afastamento das montanhas perdi o contato. Levei um susto quando em 2005 assistindo o Fantástico vi a foto dele na TV e seu relato de desaparecimento na escalada. Sabemos dos riscos que assumimos ao praticar um esporte que envolve vários risco, mas no fundo não queremos isso para nós e nem estamos preparados para suas consequencias. Infelizmente ele deixou sua esposa e um filho que naquele momento tinha apenas 1 ano.
Foto tirada por Marcos (Eu e seu irmão Roberto)

Na época repercutia o assunto sobre ser uma imprudência ou imperícia, como foi com o caso do escaladores Mozart Catão, Alexandre Oliveira e Othon Leonardos . A mídia e pessoas não praticantes do esporte sempre se espantam e querem culpar alguém. Infelizmente essa montanha é conhecida por não ser técnica, mas sim por seu clima ser extremamente imprevissivel (ainda mais no mes do ocorrido) e por suas famosas gretas que infelizmente levam todos os anos varios alpinistas a quedas.

Foi com ele que comecei a sonhar em escalar o Aconcágua. Em 1996 ele me convidou para fazermos a tentativa. Até o momento eu estava tão empolgado com a escalada em rocha que nem pensava na possibilidade de outras modalidades. Comecei a pesquisar, mas realmente não fiz muito esforço para que aquilo se tornasse realidade. Chegando a temporada Marco e seu amigo Luiz Fernando Marquete sem guias foram para sua escalada, que finalizou com sua conquista do cume (sozinho sem seu companheiro). Tenho até hoje um recorte de jornal (Gazeta do Povo) com seu relato e a matéria escrita por Vitamina ( montanhista paranaense).


Matéria publicada na Gazeta do Povo

Aqui fica apenas uma lembrança de um amigo que agora repousa na sua montanha mágica (único registro deixado por ele na sua subida). Que olhe por nós nas nossas empreitadas e aventuras nas montanhas.


sexta-feira, agosto 21

SETOR 3 - SÃO LUIZ PURUNÃ

Panoramica do Setor



Otimo lugar para escalar, a maioria das vias conquistadas pelo Ed ( Conquista ),Val e França.
Uma mistura bombastica de escalada esportiva com tradicional, pois a grande maioria toda em movel. Mais de 130 vias de variados estilos e graduação. O local é um pouco complicado chegar, pois por ser pouco frequentado e por ter que passar por uma fazenda, não forma trilha. Maiores informação http://www.conquistamontanhismo.com.br/ .




Natural e Jaime -Amarelo Ual - 5ª


Natural - Robin - 6b


Nilton - Robin - 6b

Alias estive lá no dia 05/09, eu o Jame Paba e Nilton Romano escalamos algumas vias e entramos no final da tarde na Diedro de Isys, a via mais clássica do setor. Imperdivel. Realmente é tudo o que falam dela, além de linda é um sexto grau constante, toda em móvel acaba sendo muito trabalhosa. Acabamos terminando de escalar ela no escuro (de lanterna) e ainda fizemos ela em três partes: o Nilton entrou e fez o primeiros lances, eu entrei e guiei quase inteira e por falta de peças moveis desci e o Jaime finalizou.


Nilton - Brasilia - 5 sup

Nilton - Brasília - 5 sup

Jaime - Das Abelhas - 6ª

Jaime - Das Abelhas - 6ª

quarta-feira, agosto 19

Apresentação

Cume do Abrolhos - Marumbi - PR



Sou montanhista desde dos meus 17 anos, profissionalmente atuo como Designer de Interiores em Curitiba e pessoalmente sou um feliz marido e pai de 2 filhinhas lindas, tenho 35 anos.
A idéia de um blog já me passa a algum tempo na cabeça.
Não tenho grandes pretensões, apenas quero colocar minhas pequenas vivências em montanhas e quem sabe minhas humildes opiniões sobre a atualidade.
Mas realmente o que mais quero aqui é falar sobre montanha e tudo que envolve ela: treking, escalada em rocha, alta montanha....
Comecei ir para o Anhangava e Marumbi como um autentico farofa. Acampava sozinho ou acompanhado, sempre levando minha faca do Rambo (isso era o pior) e uma caipirinha para relaxar a noite. Mesmo nessa época tinha uma paixão indescritível pela montanha, adorava a solidão da mata e respeitava muito suas paredes enormes que até então inacessíveis a mim.

Chapão 7b - P1 - Marumbi - PR


Com o tempo conheci algumas pessoas que escalavam rocha. E no Anhangava tive minhas primeiras experiências em escalada, era algo novo e fascinante, ao mesmo tempo aterrorizante e emocionante. Acredito que o Montanhismo não existe meio termo ou você ama ou odeia, indiferente nunca.
Bom escalei com muita frequencia até os meus 26 anos, após isso casado e com família acabei aos poucos diminuindo a frenquencia e após uma queda no Setor 1 do São Luiz do Purunã, tive uma lesão nos ligamentos do meu calcanhar e parei por um período de uns 5 anos.
Nesse tempo parado, além de uma vida sedentária me sentia incompleto. Sempre com o pensamento de que um dia eu ira escalar o Aconcágua (sonho antigo), resolvi treinar, entrei numa academia de escalada para me condicionar fisicamente. Bom em resumo por causa desse sonho acabei voltando as montanhas, não só fazendo caminhadas como escalada técnica. Sozinho ou acompanhado sempre estou em meio a natureza e a emoção do esporte que é pura aventura.




Morcegos - Camburiú - SC